quarta-feira, 1 de julho de 2015

A Criação do Curso de Pedagogia em 1939



A criação do curso de Pedagogia na década de 1930 no Brasil ocorreu em um período propício para discussões educacionais, em virtude do conjunto de acontecimentos socioeconômicos e culturais da década, principalmente pela revolução de 30. Esse período é reconhecido como um marco na evolução pedagógica no país.
A criação do curso de Pedagogia nos anos finais da década de 1930 no Brasil ocorreu em um período conturbado, no interior do Estado Novo. Naquele momento as discussões educacionais eram realizadas por vertentes diferentes da intelectualidade ligada à educação. O Curso de Pedagogia nasce articulado à formação do professor, mais precisamente em 1939, e fruto de dissensões no campo educacional. As transformações no setor econômico, político e social acarretaram modificações na área educacional em função de ideais pedagógicos pautados no ideário escolanovista, do qual o movimento dos Pioneiros da Educação Nova é uma das expressões. Destacaram-se também, nesse período, a defesa da formação docente em nível superior, se possível na universidade, essa também objeto de instigantes debates que propunham a sua criação.
Neste contexto, o Curso de Pedagogia foi criado pelo Decreto-Lei n. 1190, de quatro de abril de 1939, por ocasião da organização da Faculdade Nacional de Filosofia, parte da Universidade do Brasil – projeto do então Ministro da Educação Gustavo
Capanema, no governo de Getúlio Vargas – na qual se transformou a Universidade do Distrito Federal, encerrada no mesmo ano. Foram criadas quatro seções, seção de filosofia, seção de ciências, seção de letras e seção de pedagogia, entre as quais se distribuíam os cursos regulares de Filosofia, Matemática, Química, Física, História Natural, Geografia, História, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia e Didática. Inicialmente, o Curso de Pedagogia formava bacharéis, respeitando o “padrão federal” curricular num esquema chamado 3 + 1, no qual o bacharel, formado em um curso com duração de três anos, que desejasse se licenciar completaria seus estudos com mais um ano no Curso de Didática. Os Bacharéis em Pedagogia atuariam em cargos técnicos de educação no Ministério da Educação e os licenciados, ao concluírem o Curso de
Didática, estariam habilitados ao magistério no ensino secundário e normal. A organização da Faculdade Nacional de Filosofia da
Universidade do Brasil fez parte de um contexto social, econômico e político que envolveu, desde meados da década de 1930, a formação dos professores em nível universitário ou superior. Os anos de 1930 foram marcados por um intenso debate político relacionado às questões educacionais, destacando-se as discussões sobre a formação docente. Entre as questões que se discutiam com relação à reforma educacional,havia um consenso de que a educação possuía um papel fundamental na construção de um Estado Nacional moderno.

Teoria ambientalista





Destaca a importância da influência dos fatores externos do ambiente e das experiências sobre o comportamento da criança. A teoria ambientalista valoriza o ambiente no aprendizado humano. Ou seja, a criança desenvolve suas características em função das condições do meio em que vive. Essa visão considera as estimulações que o meio proporciona como fonte de aprendizado. Para os ambientalistas, o mais importante os fatores exógenos, ou seja, aquilo que está fora do indivíduo. Para eles a criança nasce sem as suas características psicológicas, seria como uma massa de argila a ser modelada, estimulada e corrigida pelo meio em que vive. O desenvolvimento infantil seria um produto determinado basicamente pelo ambiente que os membros da cultura tem.
Essa visão ambientalista tem o mérito de chamar nossa atenção para a plasticidade do ser humano, que pode adaptar-se a diferentes condições de existência, aprendendo novos comportamentos, desde que existam condições favoráveis. Todavia, tal visão termina por colocar os seres humanos como criaturas passivas frente ao ambiente. Particularmente no caso da criança pequena, o adulto é visto como principal agente promotor do desenvolvimento infantil, o qual ensina e dá a criança tudo aquilo que ela não tem, moldando seu comportamento, seu caráter e seus conhecimentos. Sem a estimulação e ensino de um adulto, a criança não se desenvolveria.
O papel da escola seria de estimular a criança com novas aprendizagens. Para os ambientalistas, a criança não sabe, ela é folha em branco. O saber está com o (a) professor (a) e portanto, ele(a) precisa transmitir o conhecimento para a criança, que a recebe de forma passiva. O professor (a) é visto como dono(a) da verdade, a educação é centrada nele e cabe a ele(a) ensinar e estimular as crianças.
A teoria ambientalista também pode ser chamada de comportamentalista, behaviorista ou empirista.
A teoria ambientalista não foi suficiente para explicar o desenvolvimento humano porque, ao considerar a criança como passiva, podendo ser controlada ou manipulada pela situação, desconsiderava suas diferentes capacidades.