quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Pedagogo além da sala de aula



Ter vocação para ensinar e formar cidadãos é essencial para quem pretende ser um profissional de Pedagogia. Além de gostar de lidar com crianças, jovens e adultos, ser compreensível e estudioso. É o que diz Andréia Mores, professora e coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Ela diz que o pedagogo é preparado para atuar com ética e compromisso com a construção de uma sociedade justa e igualitária.

— O pedagogo compreende, cuida e educa crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social. O profissional também trabalha na alfabetização de jovens e adultos — conta.

Quem se forma em Pedagogia está habilitado a atuar dentro das escolas. Esta atuação pode envolver a educação infantil, que corresponde a creches e pré-escola, o magistério nas séries iniciais do ensino fundamental, que seria do primeiro ao quinto ano, podendo ensinar matérias pedagógicas em cursos normais e na área de gestão do colégio, coordenação e orientação pedagógica. A coordenadora destaca que a atividade do profissional de Pedagogia não se limita a docência. O pedagogo possui um campo vasto e promissor:

— O mercado de trabalho mantém-se promissor aos egressos do curso de Pedagogia, tendo em vista os diversos espaços de atuação do Pedagogo. Atualmente, o maior índice de emprego está vinculado à docência na rede publica e particular de ensino. Porém, outras áreas como administração escolar, orientação educacional, supervisão educacional, espaços empresariais e até mesmo treinamento de recursos humanos empregam um bom número de profissionais.

Andréia salienta que, nos espaços não escolares,
 os profissionais também saem habilitados a trabalhar em ONGs, museus, brinquedotecas, bibliotecas, mídias educativas, pesquisa, produção de material pedagógico, políticas educacionais e qualquer espaço que tenha algum tipo de educação envolvida.

Teoria Inatista




Valoriza a hereditariedade, aquilo que é inato ao ser humano. De acordo com esta corrente de pensamento, ao nascer já traríamos na herança genética as qualidades e capacidades básicas do ser humano. Segundo Fontana (1997, p. 12),

Os fatores inatos são mais poderosos na determinação das aptidões individuais e do grau em que estas podem se desenvolver do que a experiência, meio social e a educação. O papel do meio social, segundo esta perspectiva inatista, se restringe a impedir ou a permitir que estas aptidões se manifestem.


Alfred Binet foi um médico que investigou a psicologia da criança e do deficiente; este interesse tornou-o um dos pioneiros no estudo da avaliação da inteligência, pois acreditava que a herança genética de cada um poderia interferir no seu desempenho (FONTANA, 1997).

Bi
net concebia a inteligência como uma aptidão geral que não dependia das informações adquiridas no decorrer da vida, e conforme o autor citado, o que define a inteligência de um indivíduo não é a quantidade de conhecimentos que ele possui, mas sua capacidade de julgar, compreender e raciocinar. E estas capacidades não podem ser aprendidas, mas ao contrário, são biologicamente determinadas pela herança que recebemos de nossos pais.

Embora se respeitasse a ideia das diferenças geneticamente herdadas, observava-se, contudo a semelhança no que se refere ao desenvolvimento humano. O médico, professor e Doutor em psicologia, Arnold Gesell, dedicou seu estudo à evolução da criança - do nascimento aos 16 anos - do desenvolvimento físico, motor e comportamental; priorizando seu foco de investigação sobre a maturação, que segundo Falcão (2002, p. 46 e 47), é o “processo de diferenciações estruturais e funcionais do organismo, levando a padrões específicos de desenvolvimento ”.

Considerando as premissas da Teoria Inatista, a evolução psicológica da criança também seria determinada biologicamente e, ao meio social apenas restava limitar ou facilitar tal evolução. Podemos observar que ambos os estudiosos da Teoria Inatista tem formação médica e, considerando suas crenças pessoais e profissionais, tendem a valorizar os aspectos fisiológicos, estruturais do ser humano.

Agora pensemos em nós: será que acataríamos alguma derrota ou limitação pelo fato exclusivo de não termos herdado geneticamente esta ou aquela característica? Será que é possível superar dificuldades, estudar, crescer mesmo com pais analfabetos? É verdadeiro o ditado popular que “Filho de peixe, peixinho é?”

Conclui-se, portanto, a prevalência do desenvolvimento sobre a aprendizagem nesta Teoria. A cada fase do desenvolvimento, o ser humano aprende novos conhecimentos. É como se a aprendizagem estivesse dependente do desenvolvimento e esta é uma crítica à Teoria Inatista, no que se refere à Educação. Será que todos aprendem do mesmo jeito, em quantidade e qualidade, quando tem a mesma idade cronológica? Seria o processo de maturação determinante para a execução de tarefas e construção de novos conhecimentos? Na visão Inatista, a Educação é um processo de dentro para fora.